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Fashion Rio Inverno 2012 – algumas imagens

Ao contrário do que eu prometi no post anterior, eu não consegui fazer uma cobertura dos bastidores do Fashion Rio. Muita correria na minha jornada dupla (como não sou do núcleo que cuida da semana de moda lá na minha firrrma, trabalhei normalmente com meus clientes durante o dia e ia para o píer depois do expediente – pesado!). Ainda por cima, acabei doente e não fui nos últimos dois dias.

Mas num dos dias, levei minha cam pra fotografar o cenário desta edição, com capas de disco da Bossa Nova que fizeram história (como as capas de artistas da gravadora Elenco, como Maysa, Nara Leão, João Gilberto, e outros grandes nomes desse movimento).

E a imagem do Rio contada através de capas de discos também:

Fashion Rio – lá vem ele!

Vai começar!

Em breve, espero conseguir postar fotos dos bastidores. Depois de cobrir algumas vezes e mostrar os desfiles aqui, acho mais legal mostrar o lado de quem trabalha lá todos os dias. O que acham? Como eu própria vou trabalhar (jornada dupla, já que não sou do núcleo que cuida do FR lá na assessoria), não posso garantir, mas prometo me esfoçar!

Me aguardem!

ADENDO: Gente, como sempre, trabalho de mais e posto de menos e, por isso,  já to revendo minha ideia hahahahahaha! Mas juro que vou tentar fotografar o que for possível!

Mais um Fashion Rio

Como sempre digo, sumi – não nego. Um dos motivos foi a correria que fiquei, de maio até sábado, dia 04, por conta da vida profissional (de verdade, meu blog não é profissional). Estava trabalhando na assessoria do Fashion Rio  e Rio-à-Porter.

Já cobri várias edições, desde 2007 (sempre compartilhando com vocês aqui – aliás, o blog nasceu durante um Fashion Rio e amanhã completa 4 anos!). Mas nunca tinha trabalhando como assessora de imprensa (do evento ou de marca). E posso dizer: foi muito exaustivo, mas foi uma experiência muuuuuuuuuuuuuuuuuuito legal!

Como assessoria do evento, pude ver pela primeira vez os bastidores, como nascem as coisas… E vi como a galera rala muito pra colocar tudo de pé para que os desfiles e o salão dêem certo.

Fiquei muito cansada também, muito mais do que ficava quando trabalhei como jornalista: fui contratada para atender ao Rio-à-Porter, que é o salão de negócios que acontece em paralelo, e cheguei a ficar 14 horas no Píer, na correria. Mas gostei muito e agora estou com vazio-pós Fashion Rio, hahahaha.

Mas, infelizmente, vi muito pouco dos desfiles, por isso, prefiro não fazer comentários por agora. Na correria, também não consegui escrever nenhum texto sobre as marcas muito legais e palestras que tivemos no RaP. Mas a minha colega de sirviçu, Carol Guido, fez posts legais no GWS aqui, aqui e aqui.

Bom, acabada a correria, agora prometo não abandonar o barco. E vamo que vamo!

Mais um pouco de Fashion Rio, em fotos

Algumas fotos que fiz, mal e porcamente, da minha semaninha de Fashion Rio:


Backstage Alessa


Looks Alessa


Tulipa Ruiz fez show no palco Oi Novo Som, querida!!!


Bijus Têca


Looks Têca


A mochila clássica da Cantão, ó!


Cantão no Parque Lage


Café delícia do Parque Lage (EAV)


Cozinha provençal do café da EAV


Espaço Fashion


Entrevistadora de Maiô, ótima


Entrevistadora de Maiô, Juliana Jabur e Camarano


Modelas Geneal


Looks Andrea Marques

Fashion Rio: o cenário

Fiz um post pro Modices sobre a exposição que serviu de cenário para este último Fashion Rio e queria partilhar aqui com vocês. Foi uma das coisas que eu mais gostei nessa edição. Com o título Alma Carioca, o mesmo tema da semana de moda, fotos que contaram um pouco da história passada e atual da moda carioca. Leiam a matéria aqui onde falo um pouquinho.

Agora meu pedido público: vamos fazer mais pesquisas, mais livros sobre história da moda brasileira? Tanta coisa legal que está ficando esquecida!

E aí, Fashion Rio?

Este blog nasceu num Fashion Rio, sabiam? Não, claro. HÁ HÁ

Quando morava no Rio, cobri várias edições, mas, depois de me mudar para São Paulo, em agosto de 2008, fiquei afastada das semanas de moda, acompanhando só pela internet.

Talvez por isso eu tenha estranhado quando voltei ao Fashion Rio agora em janeiro, para cobrir para o Modices, como contei aqui. Estranhei porque quando cobri da última vez, ainda era na Marina da Glória e comandado por Eloysa Simões. Estranhei porque, de férias há 3 meses, eu tinha esquecido como algumas pessoas da moda são antipáticas, grosseiras ou falsas miguxas. Me irrita um pouco a falta de profissionalismo de certas pessoas do mundinho: ou são esnobes ou se fazem de melhores amigas – alô, será que na moda não podemos ter relação profissional cordial como em outras profissões?

Também me irritou perceber que a quantidade de gente que vai pro píer dar um close continua a mesma. Uma galere que parece saída de um episódio de Gossip Girls, loucos para serem fotografados pelo Yvan Rodic. Irritou um pouco a minha personalidade altamente saraiva.

Mas, enfim, bizarrices do mundinho à parte, foi muito bom voltar. Reencontrei pessoas ótimas e amigos (de verdade), e cobri os backstages, coisa que não costumava fazer antes.

E vamos falar de moda. Acho que o mood geral dos desfiles confirmou os anos 70 como a década da vez, o que não era nenhuma novidade. Mas dividiria a década em aspectos diferentes. Teve os anos 70 meio hippie; teve também o glam, cheio de brilhos; mas acho que o período (ou estilo) que se destaca mais nessa década é aquele que já está mudando para os 80. Peças mais utilitárias e minimalistas, uma mistura da silhueta fluida e alongada, com a silhueta mais quadrada que depois vem com força na década seguinte.

  British Colony

 Andrea Marques e Filhas de Gaia

Acho que se eu tentar achar um exemplo imagético fica mais fácil. É uns anos 70 como o figurino de Annie Hall, de Woody Allen (1977). A personagem de Diane Keaton tem um guarda-roupa cheio de peças masculinas, mas com o design da época mesmo: camisas com mangas pregueadas no ombro e punhos (como as roupas da Biba), calças chino (calça cáqui), vestidos de tecido leve e estampados com fundo escuro.

 Walter Rodrigues e Totem

Outras observações que fiz:
– Mistura de tecidos com texturas “opostas”: grossos como lãs, feltro, pele, couro; com leves como muitas sedas, crepes, rendas e tules;
– Elementos e formatos vindos do sportwear com tecidos finos: ventos da Copa e Olimpíadas que já estão soprando;
Marrom e caramelo são os novos preto;
– Formas sóbrias em tecidos glamurosos
Proporções estranhas e desarmônicas. Assimetria e desconstrução;
– Influência óbvia do inverno do hemisfério norte, onde só se viu pele. Brasil não precisa, né gente? Achei muito querer seguir instruções de tendências internacionais, sem interpretá-las para nossa realidade (principalmente a climática)

 Maria Bonita Extra e New Order

 Printing e New Order

 Nica Kessler e Patachou

 Coven e Maria Bonita Extra

 Alessa e Ausländer

Bom, acho que é isso. Vamos ver como será o SPFW. E mais, vamos aguardar pra ver como isso tudo chega nas lojas.

Cobertura Fashion Rio no Modices

Pra quem é bobo e não leu, seguem os links para todas as matérias sobre desfiles do Fashion Rio Inverno 2011 que fiz pro Modices:

Basthiana no Rio à Porter
Rio Moda Hype
Alessa
Filhas de Gaia
Melk-Z-Da
Patachou
Entrevista com Tulipa Ruiz
Acquastudio
Maria Bonita Extra
Coven
Giulia Borges
British Colony
Têca
Totem
Printing
TNG
Cantão
Conversa com Thaila Ayala
Entrevista com Yvan Rodic (Face Hunter)
Coca-Cola Clothing
Redley
Espaço Fashion
New Order
Esmaltes Nica Kessler
Nica Kessler
Andrea Marques
Lucas Nascimento
Ausländer

Além disso, tem as fotos do Das Ruas, com o estilo de quem passou pelo píer, bem legal!

Na moda, nada se cria?

Existe aquele ditado que diz que na vida, nada se cria, tudo se transforma. Infelizmente, para alguns dos nossos profissionais da moda, tudo se transforma, mas não muito.

Quem acompanhou blogs e twitters de jornalistas que estava no Fashion Rio, pode ver os comentários meio chocados sobre a semelhança das coleções de algumas marcas com outras internacionais, como Balenciaga, Balmain, Givenchy e Lanvin. É fato – incentivado principalmente pela mídia – que estas quatro marcas sejam algumas das  grandes influenciadoras do mercado de moda hoje. Ditadoras de tendências – mas, como na vida nada se cria, mas se transforma, uma marca inteligente que queira parecer antenada, vai buscar referências e transformá-las porque este é o processo de criação bem feito dentro de design de moda.

No entanto, muitas marcas brasileiras foram muito literais em suas referências. Se formos pensar que nós, o público (e no meu caso a mídia e público), também queremos parecer as modelos do Sartorialist, as marcas estão certas em querer satisfazer estas vontades do consumidor. Mas o estilista de uma marca que desfila na segunda semana de moda mais importante de um país que quer crescer na influência do mundo da moda não está em seu posto para satisfazer a vontade batida do público. O papel do estilista é despertar uma vontade no consumidor que ele nem sabia que tinha – assim o sistema da moda gira, trazendo uma novidade que irá substituir a moda atual.

Então por que lançar uma coleção calcada em imagens já batidas e excessivamente divulgadas na mídia? Em tempos de internet, em que o desfile do McQueen é transmitido ao vivo para o mundo todo, se calcar em marcas internacionais é uma preguiça imensa e que dispensaria uma equipe de criação treinada e bem resolvida. Não julgo marcas varejistas que atendem a um público que não é formador de opinião em moda por natureza – como uma Renner ou C&A – em se inspirar nas grandes marcas. Mas uma que se propõe a ser criadora e a desfilar para o público formador de opinião? É um tiro no pé.

Critico de forma amigável até porque temos que fazer meaculpas porque a nossa herança de colônia é muito forte nessas horas. Não são apenas as marcas e suas equipes que se moldam muito nas internacionais. Todos nós fazemos isso, principalmente os profissionais de moda e os nossos veículos.

Também entendo que a marca precisa vender para se manter, mas acho que imitar as vontades em vigência não seja o melhor caminho (a não ser que ela seja uma grande rede de varejo), porque o preço dessas roupas é MUITO ALTO para algo que vai passar em 6 meses. Se eu comprar a mesma peça balenciaguista na Renner, ela vai sair de moda pelo menos tempo, mas será mais vantajoso porque é dez vezes mais barata.

Hoje começa – aliás, já começou – o SPFW e espero que vejamos mais a cara das nossas marcas, e não espectros das imagens abaixo:  

               Balenciaga

                Balmain

              Givenchy

                      Lanvin

Tangível ou intangível?

Sim, podem me acusar de blogueira relapsa, mas o ano começou e os afazeres profissionais (oficiais), o projeto final da pós e os afazeres domésticos estão tomando muito meu tempo, por isso eu reduzi o blog a posts rapidinhos com brincadeirinhas, e bla bla bla.  Mas bora falar de Fashion Rio?

Aprendi em aulas de Marketing de Moda na pós que as tendências de consumo podem ser divididas em dois tipos: tendências tangíveis, que são aquelas que nascem a partir da matéria-prima de que o produto é feito e de novas máquinas, tecnologias. Por exemplo: a estamparia digital foi ficando mais fácil de ser feita e mais barata e os estilistas podem usar mais. O outro tipo de tendência seria a intangível, que são aquelas inspiradas em análises socio-culturais e que “leem” as vontades dos consumidores.

Hoje em dia, na moda, costuma-se dizer que as tendências acabaram, mas eu não concordo. É impossível ter uma indústria de moda sem tendência – tangível ou intangível. O que existe hoje é uma opção enorme de estilos e você tem a liberdade de escolher o que quiser e misturar com o que quiser. Mas não é possível ficar totalmente livre das tendências, afinal, as marcas não produzem seus próprios pigmentos, tecidos, aviamentos.

Se a indústria têxtil resolveu apostar em apresentar aos seus clientes (confecções, marcas, etc) uma gama imensa de lurex ou de tecidos com brilho na trama, provavelmente, a maioria vai adotar. E por que o lurex? Não sei, talvez tenham desenvolvido uma nova máquina, um novo tipo de fio, uma nova misutra de fios para fazer este tecido (tendência tangível). Ou então, algum bureau detectou esta vontade de brilho e esses ares de anos 70 e disse: apostem no lurex (tendência intangível). Ou a mistura dos dois fatores.

Não sei o que aconteceu, mas foi MUITO lurex no Fashion Rio. Não apenas o lurex, que seria fios de malha com fios metalizados, com brilho, mas também tecidos planos com fios brilhantes na trama, tricô, glitter, etc. Resumindo: brilho. Vamos ver como será no SPFW. Até procurei alguma marca internacional que tenha feito algo com lurex ultimamente, mas só achei um desfile de inverno da Anna Sui bem antigo, não imagino que estejam se “inspirando” nele só agora.  Por isso, sinto que, querendo ou não seguir tendências, a oferta de peças de lurex no inverno tende a ser bem grande. Vamos ver quem usou?

     Coven

    Nica Kessler

    Meias de lurex e sapato com textura parecida da Cavendish

    O desfile quase inteiro da Lanv…ops! Printing. Quase todos os tecidos usados tinham fios metalizados na trama

    O tricô belíssimo do Lucas Nascimento

    Cantão, também com fios dourados na trama desta lã fria(é o que parece, é isso mesmo?) xadrez das peças de alfaiataria

     Não é exatamente lurex, mas lã felpudinha com fios metalizados da Andrea Marques (um dos meus desfiles preferidos do Fashion Rio)

fotos: Agência Fotosite (Portal FFW)