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Clima de paquera… só que ao contrário

Só queria compartilhar com vocês uma pequena historinha de hoje:

Estou jogando o lixo fora, quando a porta do elevador abre e sai um cara alto, barba cuidadosamente deixada por fazer, camiseta Jack Daniel’s… ele segura a porta, sorri e diz “Boa Noite”. O vento sopra meus cabelos, uma música romântica toca, eu fico segurando a porta da lixeira, paralisada com a visão, sorrindo…

Quando sai um outro cara igualmente bonito e bem vestido do elevador, carregando um faqueiro. Eles me dão as costas e saem andando, o primeiro bonitão acariciando as costas do outro na altura da cintura.

Se não fosse 2011, ele seria hétero, solteiro e meu vizinho.

SAD.

Biblioteca: Um Dia

Como comentei no post passado, meu novo vício é o livro Um Dia, do escritor britânico David Nicholls (ed. Intrínseca). É um best seller, mas eu não sou muito dada a preconceitos contra grandes sucessos da literatura (com exceção do Paulo Coelho que não engulo, não).

Eu DEVOREI loucamente o livro.

Do tipo de história que te deixa sem vontade de sair de casa pra ficar só lendo, lendo, lendo. Não sentia isso com um livro há muito tempo, cheguei até a esquecer o quanto ler pode ser muito prazeroso.

A história te prende e não é clichê. É surpreendente como a vida. Já li alguns comentários na internet, ou mesmo conversando com amigos que leram, percebi que as pessoas amam ou odeiam. Porque ele pode parecer convencional – mas te pega desprevenido. Na hora que minha paixão se acalmou e eu já estava começando a achar mais um livro com história de amigos meio enrolados, ele faz uma reviravolta. É como a vida, meus queridos, é como a vida.

Ele conta a história de um casal de amigos, Emma Morley e Dexter Mayhew, que se conhecem melhor no dia da formatura, 15 de julho de 1988. Assim, o livro mostra como está a vida dos dois sempre no mesmo dia, por cerca de 20 anos. Queria poder comentar mais aqui, mas seria um terrível spoiler.

Eu e meio mundo (incluindo Anne Hathaway e Jim Sturgess, que vivem os dois personagens no cinema – próximo post!) nos indentificamos muuuuito com Emma. Mas, no meu caso, achei a semelhança muito assustadora. Muito! Desde Amélie Poulain, não achava alguém tão parecido comigo. As ÚNICAS diferenças é que não sou muito “politizada” nem sou muito caseira. De resto, MUITO parecida. Principalmente na auto-ironia ferrenha, deboche e descrença de si mesma. Além de um bom humor constantemente ranzinza – paradoxal! Até uma certa queda por leoninos meio manezinhos eu já tive, RÁ! (Dexter, o cara, é leonino – o autor reforça bem a data de aniversário dele, 1 de agosto)

Por essas e outras que ele é o tema da minha coluna “Biblioteca” de hoje – mesmo não sendo um livro de moda.

Assim como um amigo indicou o livro pra eu ler, indiquei pra várias pessoas, até meu pai! Todo mundo me ligava pra dizer, num primeiro momento, que eu SOU a Emma e, num segundo, pra me xingar. Hahahaha! Depois me contem, quem leu por causa do post, o que acharam.

No próximo post, falarei do filme baseado nele, o que achei da adaptação e – o mais legal – o figurino dos dois, uma aulinha de história da moda!

Você é linda, sua velha rabugenta, e se eu pudesse
te dar um só presente
para o resto da sua vida seria este.
Confiança.
Seria o presente da confiança.

Conselho

A verdade é que eu travei nessa coisa de moda, embora ter participado da audiência pública na Alerj sobre o mercado tenha sido muito legal (eu JURO que o post sai ainda esta semana, mil anos atrasado).

Mas sei lá, to de mal com o assunto. Esgotei. Sem contar a vida de verdade, que anda me sugando a inteligência e o meu lado lúdico. Só que existem coisas que eu quero compartilhar com as pessoas e a página do Bainha no Facebook (já curtiu?) e o meu Twitter (pode acessar aqui do lado ó —->) não me bastam.

Hoje apareceu uma coisa dessas que me dá vontade de compartilhar. Um conselho que dei pra uma amiga tristinha.

Modéstia à parte, eu sou ótima conselheira. Se eu fosse viva no Séc XVIII e Luís XVI me chamasse para ser sua conselheira, ele nunca teria perdido a cabeça na guilhotina, senhores. JAMAIS! Porque eu sou grande analista da vida (alheia) e tenho ótima visão da vida (alheia), além de um grande repertório de frases feitas e reconfortantes. E também sei fazer o que os bons – os melhores – conselheiros fazem: dar aquela cutucadinha pra acordar, jogar aquela verdade.

Com a minha vida, eu sou um desastre, mas se me dessem a vida dos outros pra governar, não teria pra ninguém, amigo.

Então – o conselho que queria comentar. Ela tava meio down, um ficante que não virou namoro. Quem nunca? Como diria a Julieta Arroquy, uma ilustradora argentina, “Hay algo peor que los ex, los que ni siquiera llegan a sierlo” (Tem coisa pior que ex, os que nem chegaram a ser, na minha tradução porca).

Só uma coisa que eu aprendi, no meio dos pequenos percalços da vida amorosa, é que, CARA, modéstina na China, eu sou tipo o Vitinho – foda. Desculpem o palavrão, mas a verdade precisa ser dita. Se não deu certo, azar (o deles). Tipo o Príncipe William. Não me quis? Perdeu, Play!

Eu posso até estar enganada, posso ser uma pessoa uó, mas to nem aí. Só vai piorar o pé na bunda se eu pensar o contrário, né não?

Queria tentar ajudar a minha amiga a pensar assim. Mas, tudo que eu falava, era em vão. A coisa tava tão feia que ela começou a ouvir Radiohead. Po, AMO, mas quem escuta Radiohead quando tá explodindo de felicidade? Num dado momento ela afirmou categoricamente: I’m a Creep (pra quem não conhece, um dos primeiros sucessos da banda inglesa).

Daí eu tive um insight. Gente, é só trocar a pessoa da letra da música. Se o Thom Yorke lamenta que a pessoa pra quem ele escreveu a música is so fucking special, e ele wish he was special, but he’s a creep – e você se identifica com essa tragédia existencial, TROCA A PESSOA!

I wish YOU were special, ‘cause I AM so fucking special!!! Até escutei a plateia da Oprah me aplaudindo agora. Yeah, girl!

Minha amiga gostou da ideia. Acho que refletiu sobre o assunto e hoje me mandou um email dizendo que deixou a coisa ir e o cara voltou com ela. Ó? Tão vendo?

O que me levou a refletir sobre meus dotes conselheiros. Se tanta gente ganha dinheiro por aí com clichês e surrealidades paulocoelhianas, por que eu não posso escrever livros de auto-ajuda indies, com referências a ídolos do rock deprê, invertendo as letras?

A moda acabou de perder um talento (nada humilde, por esses dias).