A verdade é que eu travei nessa coisa de moda, embora ter participado da audiência pública na Alerj sobre o mercado tenha sido muito legal (eu JURO que o post sai ainda esta semana, mil anos atrasado).
Mas sei lá, to de mal com o assunto. Esgotei. Sem contar a vida de verdade, que anda me sugando a inteligência e o meu lado lúdico. Só que existem coisas que eu quero compartilhar com as pessoas e a página do Bainha no Facebook (já curtiu?) e o meu Twitter (pode acessar aqui do lado ó —->) não me bastam.
Hoje apareceu uma coisa dessas que me dá vontade de compartilhar. Um conselho que dei pra uma amiga tristinha.
Modéstia à parte, eu sou ótima conselheira. Se eu fosse viva no Séc XVIII e Luís XVI me chamasse para ser sua conselheira, ele nunca teria perdido a cabeça na guilhotina, senhores. JAMAIS! Porque eu sou grande analista da vida (alheia) e tenho ótima visão da vida (alheia), além de um grande repertório de frases feitas e reconfortantes. E também sei fazer o que os bons – os melhores – conselheiros fazem: dar aquela cutucadinha pra acordar, jogar aquela verdade.
Com a minha vida, eu sou um desastre, mas se me dessem a vida dos outros pra governar, não teria pra ninguém, amigo.
Então – o conselho que queria comentar. Ela tava meio down, um ficante que não virou namoro. Quem nunca? Como diria a Julieta Arroquy, uma ilustradora argentina, “Hay algo peor que los ex, los que ni siquiera llegan a sierlo” (Tem coisa pior que ex, os que nem chegaram a ser, na minha tradução porca).
Só uma coisa que eu aprendi, no meio dos pequenos percalços da vida amorosa, é que, CARA, modéstina na China, eu sou tipo o Vitinho – foda. Desculpem o palavrão, mas a verdade precisa ser dita. Se não deu certo, azar (o deles). Tipo o Príncipe William. Não me quis? Perdeu, Play!
Eu posso até estar enganada, posso ser uma pessoa uó, mas to nem aí. Só vai piorar o pé na bunda se eu pensar o contrário, né não?
Queria tentar ajudar a minha amiga a pensar assim. Mas, tudo que eu falava, era em vão. A coisa tava tão feia que ela começou a ouvir Radiohead. Po, AMO, mas quem escuta Radiohead quando tá explodindo de felicidade? Num dado momento ela afirmou categoricamente: I’m a Creep (pra quem não conhece, um dos primeiros sucessos da banda inglesa).
Daí eu tive um insight. Gente, é só trocar a pessoa da letra da música. Se o Thom Yorke lamenta que a pessoa pra quem ele escreveu a música is so fucking special, e ele wish he was special, but he’s a creep – e você se identifica com essa tragédia existencial, TROCA A PESSOA!
I wish YOU were special, ‘cause I AM so fucking special!!! Até escutei a plateia da Oprah me aplaudindo agora. Yeah, girl!
Minha amiga gostou da ideia. Acho que refletiu sobre o assunto e hoje me mandou um email dizendo que deixou a coisa ir e o cara voltou com ela. Ó? Tão vendo?
O que me levou a refletir sobre meus dotes conselheiros. Se tanta gente ganha dinheiro por aí com clichês e surrealidades paulocoelhianas, por que eu não posso escrever livros de auto-ajuda indies, com referências a ídolos do rock deprê, invertendo as letras?
A moda acabou de perder um talento (nada humilde, por esses dias).