Trem Das Cores

Se tem uma coisa que tá na moda hoje em dia é Cor. Sim, várias cores entram e saem a cada estação das araras das lojas, dos carros, dos móveis, das paredes, das unhas. Não são dessas que estou falando. Falo de Cor – o substantivo. Não das cores de Almodóvar nem das de Frida Kahlo. Mas de qualquer uma. E mais – a Pantone – empresa que, digamos assim, “cria” e “vende” cores – é, talvez, a principal responsável por isso, através de ações muito espertas de branding e marketing.

A Pantone é a principal autoridade em cores no mundo. Eles oferecem soluções em cores para quem fabrica coisas. Por exemplo: Maria é uma designer gráfica e João é um dono de gráfica. Maria que imprimir um arquivo todo colorido e tem medo de que, na impressão, saia tudo diferente do que ela precisa. Ela então passa para o João os números das cores que ela usou – números retirados pela cartela de cores da Pantone. As cores não são apenas como nós vemos. O Azul de outra “fabricante” de cores pode ser diferente do da Pantone, por exemplo. Para quem não é leigo, minha explicação pode ser meio imbecil, mas estou tentando ser bem “facinha” – hahahaha.

Pois então, de uns tempos pra cá, começaram a pipocar uma série de produtos Pantone, não apenas as cartelas e as cores. Ações para divulgar qual é “A Cor” do ano feitas pela empresa chamam a atenção da mídia, principalmente através de parecerias com marcas. Já teve o lançamento do Tangerine Tango (a cor de 2012) na Sephora e a Farm acaba de lançar uma mini-coleção Pantone. Além de vários outros produtos licenciados: cadeiras, imãs, chinelos, bicicletas – até docinho.

O que é muito curioso porque, na verdade, muitos produtos são pantone já que suas cores devem ter sido escolhidas a partir da cartela da empresa. Pantone não é mais uma empresa de solução de cores apenas – mas se tornou uma marca para o consumidor final – será que as pessoas se tocam disso? Hehehe

Coleção da Farm

Pantones de comer por Emilie Guelpa

Além da Tangerine Tango, a empresa aposta nas seguintes cores para Fall 2012:

Até um site que diz qual o Pantone do dia do seu nascimento existe, o Colostrology. Muito legal, alías. A cor do meu dia, 21 de novembro, é linda e é a minha cor preferida, realmente. Segundo o Pantone Garnet (19-1655), eu sou engraçada, inteligente e passional. Em cheio!

Até um clipe do Ok Go entrou na onda das cores, edição bacaníssima, olha só:

Coleção Encantos Mil 2011

Foto “roubada” do Tiaogo Petrik, do Rioetc.

O pessoal do Rioetc se juntou novamente a marcas cariocas na segunda edição do Encantos Mil, projeto que une moda e valorização da cidade com a intenção de ajudar alguma causa social. Em 2011, o beneficiado é o Viva Favela, projeto que dá voz às comunidades brasileiras, formando comunicadores e publicando conteúdo produzido pelos próprios moradores.

A coleção coletiva Encantos Mil 2011 foi desenvolvida pelas grifes Bee, Bisi, Cantão, Checklist, Dress To, Enjoy, Farm, Foxton, Maria Filó, Oestúdio,Totem e Wasabi – uma camiseta cada, imprimindo visões da cidade, de acordo com seus estilos diversos. As peças foram desenvolvidas com 350 quilos de malha  doados pela tecelagem Kalimo. Foi no escritório da empresa, aliás, que a coleção foi lançada – e eu estive lá pra conhecer (aliás, que lugar lindo!).

Mas o Encantos Mil deste ano não se restringe apenas à coleção coletiva (todas as camisetas custam R$ 89, estão à venda nas lojas das marcas e 20% da venda será revertida ao projeto auxiliado). Em paralelo, o Rioetc promove também um concurso de fotografias com os correspondentes cadastrados no Viva Favela (mais de 800 no Brasil todo). Em maio próximo, após uma primeira seleção, os leitores do site poderão escolher os finalistas.

Em julho, quando o Viva Favela completa 10 anos, os escolhidos no site serão avaliados então por um júri composto pelos estilistas das marcas parceiras, jornalistas e fotógrafos. O vencedor ganha um equipamento fotográfico profissional. Além do maior prêmio, o melhor correspondente carioca vai ganhar um curso no Ateliê da Imagem, uma escola de fotografia bem legal aqui no Rio.

Estou super curiosa para ver as fotos do concurso, vamos ficar de olho!

Eu amo: fotos da Farm

A ideia foi ótima e a Farm reeditou seu lookbook pocket, que acabei de receber (sobre o do ano passado, você pode ler aqui). O atual tem o ensaio de alto-inverno da coleção Eu Amo (“desmembrada” para Eu Sonho), o editorial com peças preferidas de coleções passadas (elogiei o do ano passado, é incrível rever as coisas antigas e me dá uma saudade imeeeensa do Rio), e uma espécie de brainstorm de coisas que inspiraram a coleção.

Vem daí o que mais me chamou atenção – as fotos ótimas que publicaram tanto nesse caderninho (foto acima) quanto no Adoro!. São incríveis, para quem ama máquinas Lomo ou qualquer outra imagem capturada numa câmera analógica como eu. A maioria das imagens é do fotógrafo da marca, Raphael Lucena, que é “lomógrafo” (e autor desta foto abaixo com o logo da Farm). Mas também de leitoras lomógrafas, como mostrou esse post do Adoro!

Por isso, me inspirei em mostrar algumas das fotos que tiro com a minha Action Sampler Flash, que comprei na Lomography de Ipanema. Ainda estou na fase experimental, muitas perdidas, mas to melhorando!

 Estação da Luz – São Paulo

 Volta Redonda (RJ) – terra natal

 Bolinhas

 Dorothy

Essa o scanner estragou!

 Essa o scanner TAMBÉM estragou ¬¬

Sketchbook Farm

Eu acho que já falei umas millll vezes aqui no blog que eu adoro a Farm (e adoro o Adoro!) . Acho um case incrível de marca legal, que começou muito micro (uma barraca na extinta Feira Hype, no Jóckey) e hoje é uma super empresa com um trabalho incrível de criação e de comunicação – tão importante nos dias de hoje e que muitas marcas não valorizam. Eles mantém muito forte a identidade da marca e a identificação com seu público, além de terem ideias legais para criar todo um clima para a compra. A compra hoje é uma experiência, e assim geram a fidelização do consumidor.

Bla bla blas de quem já escreveu pra revista de varejo à parte, talvez por escancarar de coração mesmo meu apreço pela marca, ganhei um caderninho tipo moleskine, mas que eu chamo de sketchbook. Um pouco do processo de criação da coleção atual “É coisa nossa”, e o resultado deste processo (os looks – já falei de verão aqui) estão nesse caderno fofíssimo!!!! Eu amei os sketchs, as colagens, vou levar amanhã na Santa Marcelina para a professora ver. Além do lookbook, tem dicas de estilo, de make, pra cabelos, de acessórios, de turismo e até receita de drinks brasileiríssimos.

Mas uma das coisas do caderninho que eu mais gostei foi um revival com peças preferidas da equipe de estilo retiradas de coleções passadas. Lembrei de cada estampa e de cada coleção da marca, e sei lá, lembrei de coisas da vida também – da época que morava no Rio, fazia Jornalismo na Puc e almoçava no Shopping da Gávea (na Batata Inglesa porque era mais barato ahahahah), antes de ir correndo para o estágio, mas sempre dava uma olhada na Farm que ficava em frente. Então me lembrei de um vestido que eu comprei nessa época, final de 2005, e que me deixou beeeem feliz. Tive – e ainda tenho porque ainda uso – ótimos momentos com ele. Era daquelas roupas que te dão sorte, que você se sente confiante e bonita… Sem demagogias, quem me conhece sabe que eu amo esse vestido!

No marketing esperto da Farm, não falta o olfativo, claro! Jeito bem legal de nos remeter a alguma coisa – atraindo pelo cheiro! Por isso o caderninho também tem o aroma da marca (aquele cheirinho que sentimos nas lojas). Au-la de construção de indentidade pra marca, né não?

No final do Sketchbook, ainda tem páginas em branco para eu preencher como eu quiser e, como boa amante de caderninhos e colagens que sou, vou tratar de usar!

Parabéns pra todo mundo que esteve no projeto, incrível!

Summer wind

Equanto a chuva e o vento correm soltos aqui em SP (até que está quentinho pelo frio que fez no final de semana…), eu dou uma olhada no que as marcas que eu costumava comprar (já que agora não compro nem meia – guardar $ é isso aí, Brasil!) prepararam para o verão.

Vivemos a época do aumento louco da velocidade de disseminação da informação, portanto, o que veremos nas lojas – as tendências gerais – já estamos meio carequinhas de saber. Os hits e shapes (formas) continuam basicamente os mesmos. Alguns adaptados para a realidade brasileira. Mas, numa olhada geral, podemos dizer que vamos ter um pouco do mais do mesmo: modelagens mais folgadinhas tanto nos tops quanto nos bottoms, silhueta “ovo” ou “tulipa”, cintura marcada, sobreposições ainda, tachas ainda, cores apagadinhas com cores neon… Na verdade, cada um usa o que quiser – mas o que a gente mais vai ver nas lojas são os ítens da listinha aí de cima, não adianta dizer que não existe mais tendência porque existe sim porque na indústria e no grande varejo, quase impossível viver sem elas!

Well, pirações minhas à parte, vamos lá ver o que eu garimpei (ou tentei, porque meu computador tá de gracinha comigo e não consegui acessar várias coisas, mas a Carla do Modices, uma querida, me ajudou):

Duas versões da duplinha saia de cintura alta + camiseta da Espaço Fashion, que lindos. Reparem na saia cáqui, parece que foi feita na moulage! Achei a coleção que foi pras lojas bem coerente com o que foi apresentado no Fashion Rio, parabéns pra marca, acho que ganhou sofisticação.

Peguei as fotinhas do Adoro! – e recortei a de fundo verde bisonhamente no Paint! hahahaha! Meu computador tá triste… Bom, da Farm eu até evito falar de mais, ou fica parecendo que eles me dão uns trocados pra falar bem, mas eu adoro mesmo, fazer o que! Mesmo que o preço de algumas coisas tenham me retirado do público (como eu disse no início, to juntanto dinheiro, sem gastação!), eu continuo adorando. O look mais homenzinho eu selecionei porque acho que camisa masculina é o novo boyfriend blazer e ó, acho MUITO mais legal. O caimento é bem melhor, menos George Michael… Eu amo o George Michael, mas não quero me vestir como ele nos anos 80… Os vestidos eu escolhi porque vestido longo é a 8ª maravilha da Terra e achei estas estampas escandalosas. Esta mais escura me lembrou Klimt.

O verão da Maria Filó também está super atual e com a carinha da marca mesmo – fofa. Fiquei apaixonada pela estampa deste vestido. Aliás, a marca caprichou nas estampas, melhor do que as últimas que tenho acompanhado. O styling do lookbook está bem espertinho, mas também as peças e os acessórios ajudam!  

Olha, falar que eu tenho MUITA coisa da Checklist, viu? Tenho 3 camisetas (iguais), regatas com as costas nadador e compridas que são minhas salva-vidas porque só uso camiseta com sobreposição (não gosto de camisetas curtas que não cubram o cós das calças). Aliás, um pedido PÚBLICO para voltarem a fabricar estas camisetas. Elas têm até um forrinho no busto que dá mais sustentação. São maravilhosas, elas já estão furando, SOCORRO CHECKLIST!

No entanto, não achei esta coleção de verão das fotos acima  a maaaais inspirada da marca – aliás, gostei mais das peças na loja do que no lookbook (talvez um problema de produção, será?). Tive que me segurar, fazer um exercício dos 10 passos para não cair em tentação na loja de Copa. Mas é bem usável e, de todas que citei aqui, é a mais acessível. Esta sapatilha de tachinha virou paixão e da próxima vez que eu for no Rio, compro uma (que eu saiba, a marca não tem lojas em SP).

Bom, não falei da Cantão, Dress To, Leeloo, mas, como disse, meu computador está entrando em greve. Confiram vocês no site das respectivas. Só acho que muitas peças são muiiiiito peças-prontas, sabem? Seguindo as modinhas internacionais sem pensar na cara da marca. Ex: boyfriend blazer. Ok, eu não sou fã da peça, mas acho que em alguns contextos ela é muito válida. Mas no verão – ainda mais no carioca – não tem nada a ver.

Em breve, um post SÓ sobre o que já está aparecendo de verão na Renner. Merece um exclusivo (não é post pago gentem, é porque ficaria muito grande se incluísse neste, tem toda uma história e talz).

PS.: muita gente vem me perguntar, tirar dúvidas porque não entende referências que eu faço aqui. Eu tento ser o mais didática possível, mas também vocês precisam entender que eu vivo mergulhada neste universo de moda e cultural, então existem associações que eu faço que  nem todo leigo entende. Não que eu seja a Regina Guerreiro, mas né? Gosto de ver a moda por um viés acadêmico até, já que estou num curso de pós-graduação DE moda. Desculpem! Mas, como me ensinou o meeestre Arthur Dapieve, jornalista não é professor. Leu algo que não conhece? Corre atrás pra saber o que é, não é verdade?